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Site do INCT InEAC reproduz aqui matéria publicada no portal da UFF, sobre encontro do reitor e vice reitor da universidade Federal Fluminense, com presidente e ministros, em Brasília.

http://www.uff.br/?q=noticias/15-06-2018/reitores-da-uff-sao-recebidos-pelo-presidente-e-seus-ministros-em-brasilia

Nos dias 13 e 14 de junho, o reitor da Universidade Federal Fluminense, Sidney Mello, e o reitor eleito, Antonio Claudio Lucas da Nóbrega, cumpriram agenda pública em Brasília para estruturar a transição da administração e planejar ações concretas para o quadriênio 2018-2022. Os reitores foram recebidos pelo Presidente da República, Michel Temer, e pelos ministros da Saúde, Gilberto Occhi, da Educação, Rossieli Soares, e das Cidades, Alexandre Baldy. Durante as reuniões, foram encaminhados projetos de interesse da UFF, bem como a liberação de verba para investimentos e a proposição de termos de cooperação para desenvolver iniciativas inovadoras em engenharia, saúde e sustentabilidade. Todos os encontros foram acompanhados pelo deputado federal Julio Lopes, membro da bancada do Rio de Janeiro e defensor atuante na articulação de projetos para o Estado do Rio nas áreas de Educação, Desenvolvimento Urbano, Energia, Petróleo e Gás; e pelo administrador formado pela UFF, Marcos Marins.

Na manhã de quinta-feira, Antonio Claudio foi apresentado oficialmente a Michel Temer como reitor eleito democraticamente por sua comunidade acadêmica. O presidente o cumprimentou pela vitória no pleito universitário e garantiu sua nomeação segundo o rito procedimental da lista tríplice. Durante a reunião, com a presença do Ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, também foram discutidas soluções para o crescimento da instituição com foco na eficiência da gestão e parcerias para a UFF contribuir para a recuperação e reorganização do estado do Rio de Janeiro com produção de conhecimento, ciência e tecnologia.

De acordo com Sidney Mello, a agenda foi um momento importante para planejar a transição em alinhamento com a estruturação de políticas públicas. “Fomos recebidos pelo presidente e por seus ministros em claro sinal da representatividade da UFF como uma universidade federal que cumpre um papel de liderança e vanguarda no plano nacional. Conseguimos aprovar termos de cooperação e a liberação de investimentos, bem como preparar o terreno para os próximos quatro anos”.

Os reitores apresentaram os projetos e as competências da UFF para os ministros, em busca de integrar objetivos estratégicos e firmar parcerias de Pesquisa e Desenvolvimento, autorizar a convocação de pessoal para o Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), liberar recursos para finalização de prédios e sugerir políticas programáticas em ciência e tecnologia. Antonio Claudio afirmou que as reuniões com os ministros foram um marco importante para o planejamento do próximo quadriênio. “Chegamos a acordos que vão beneficiar muito toda a comunidade universitária. O resultado das reuniões são ações concretas e iniciativas que serão muito bem recebidas em diversas áreas da UFF”.

Agenda

Na quarta-feira à tarde, Sidney Mello e Antonio Claudio, reuniram-se com o Ministro da Saúde, Gilberto Occhi. Eles apresentaram os projetos da Unidade de Cuidados Paliativos no Huap: A Rede Estadual de Telemedicina por Holografia e a Plataforma Genômica de Referência Regional em Telemedicina. Segundo o reitor eleito, as propostas são, de um lado, resultado de pesquisas científicas de ponta desenvolvidas no âmbito do hospital universitário, e de outro, o cumprimento do papel de referência em atendimento de saúde de qualidade na região.

“O Centro de Medicina Paliativa e o Mapeamento Genético de Risco contra Câncer são projetos arrojados, atentos à tendência de envelhecimento geral da população brasileira. Essas iniciativas inovadoras com certeza vão possibilitar a redução dos custos e maior eficiência porque antecipam o tratamento de doenças e ainda desoneram a emergência, que hoje está sobrecarregada pelo atendimento interno”, explica Antonio Claudio.

Gilberto Occhi acolheu as propostas e propôs a assinatura de um termo de cooperação com a Universidade Federal Fluminense, comprometendo-se a avançar nos estudos e oferecendo segurança jurídica e institucional para a execução dos projetos. O objetivo é criar um hub de excelência em saúde, com tecnologia de ponta e profissionais qualificados do Huap. O ministro vem à UFF no dia 29 de junho para inaugurar o aparelho de angiografia, cedido pelo MEC por meio da Ebserh.

Ministério da Educação

A visita ao Ministério da Educação contou com agenda extensa de reuniões com o titular da pasta, Rossieli Soares, o secretário de Educação Superior, Paulo Barone, e o presidente da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares, Kleber de Melo Morais. Durante as reuniões, Sidney Mello reforçou o papel de referência da UFF como uma das maiores universidades federais do Brasil, com mais de 70 mil alunos em nove cidades. A pauta contemplou a conclusão de obras, o atual contrato com a Ebserh, o terreno do INSS, o Cine Icaraí e a importância da quitação do débito com a Enel para alavancar projetos de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D).

O INCT INEAC divulga aqui o post da socióloga  Silvia Ramos, coordenadora do Centro de Estudos em Segurança e Cidadania (CESeC ) da Universidade Cândido Mendes.

´´Olá abaixo envio mensagem que mandei para editores da GloboNews, O Globo, O Dia e outros veículos. Não é uma crítica ao trabalho dos jornalistas profissionais, mas pretende suscitar reflexões sobre "o proceder" diante de casos como os que descrevo a seguir.

Estive num debate na ACR (Associação Comercial RJ) no começo dessa semana e ocorreu um episódio que acredito que deveria ser objeto de reflexão de editores e chefes de redações. No encerramento do evento – onde já tinha ocorrido duas mesas de debates – o general Braga Netto fez uma explanação sobre a intervenção, o plano estratégico etc.

Foi chocante a forma como ele começou a exposição. Pediu que as câmeras de TV e máquinas fotográficas que estavam posicionadas no alto do auditório fossem desligadas. Fiquei surpresa porque as câmeras foram desligadas e baixadas. E mais surpresa pelo fato de que nenhum veículo mencionou esse fato nas matérias publicadas no dia ou no dia seguinte.

Um dos jornalistas cobrindo o evento era um jovem repórter da GloboNews. Ele me entrevistou e eu comentei em off que talvez ele não devesse ter baixado e pudesse continuar gravando e se o general o interpelasse ele poderia dizer serena e educadamente que a empresa dele não permite que câmeras sejam desligadas em eventos públicos. (Me lembrei do diálogo entre Trump e o jornalista da CNN que cobria a Casa Branca).

Bem, escrevo a vocês porque não foi só a GloboNews que “aceitou” um arranjo que não aceitamos em geral no Brasil, jamais aceitaríamos de autoridades e políticos que ocupam cargos públicos, mas parece que está se tornando aceitável quando vem de um interventor fardado, que fala raramente, como se estivesse fazendo uma concessão ao dar explicações sobre políticas públicas.

(Imagine se um diretor do Banco Central ou um ministro de planejamento, vestindo terno e gravata, mandasse desligar as câmeras num evento público. Seria manchete em todos os jornais e talvez ele fosse demitido. Será que vamos naturalizar quando quem faz isto é um general em trajes militares?)

Não sei se estou exagerando, mas se outras emissoras e veículos aceitassem calados a humilhação, a arrogância e o autoritarismo – recebido por todos com naturalidade – eu acharia menos espantoso. Mas a GN, O Globo, outros jornais grandes e tradicionais... me parece perto do “fim do mundo”.

Eu gostaria de sugerir de alguma forma que editores e chefes discutissem com repórteres e cinegrafistas como agir nesses casos, ao saírem em missão de cobertura.

Acho que veículos profissionais terão grande importância no tratamento jornalístico sobre o Brasil mais militarizado que vem se tornando presente entre nós. Mas da GN, Globo, O Dia e outros eu espero muito mais. Inclusive atitudes que poderiam ser “pedagógicas” para generais iniciantes em cargos públicos.´´

 

Observatório da Intervenção, grupo composto por especialistas independentes para acompanhar e fiscalizar a intervenção, divulgou um balanço com estatísticas e críticas à medida adotada pelo governo federal.

RESUMOS DOS QUATRO MESES: Operação todos os dias: após quatro meses, a intervenção federal parece se resumir a incursões em comunidades, cada vez maiores e caras. Dados do Fogo Cruzado mostram que o número de tiroteios em maio foi 36% maior do que o registrado em fevereiro. Sem medidas estruturantes, de integração das forças, de combate à corrupção e diálogo com a sociedade, intervenção  está entregando operações, tiroteios e mais mortos em confrontos, inclusive policiais. Confira o gráfico:

 

 

Será realizado, entre os dias 19 a 22 de junho de 2018, no Auditório do ICS/UnB, Brasíla-DF, o II Colóquio Crítica e Pragmatismo na Sociologia: diálogos entre Brasil e França . O evento contará com a participação de diversos pesquisadores ligados ao INCT INEAC .

O colóquio reúne pesquisadores brasileiros e franceses para discutir o estado da arte de novas correntes sociológicas contemporâneas e estabelecer um diálogo entre a sociologia pragmática francesa e as variantes da teoria crítica.

Na década de 1980, na França, o pragmatismo foi utilizado na sociologia contra o objetivismo estruturalista e as abordagens que punham excessiva ênfase nas relações de força e no poder, trazendo à tona pesquisas que enfatizavam a experiência dos atores sociais e mostravam a irredutibilidade de seu senso de justiça.

De uma sociologia crítica passou-se a uma sociologia “da crítica”.

Mais recentemente, um conjunto de autores na sociologia francesa vem tentando fazer uma síntese entre as duas abordagens, mantendo o foco na experiência dos atores e na lógica das situações, sem contudo deixar de lado a questão do poder e da dominação.

No Brasil, os desenvolvimentos das chamadas novas sociologias, pautadas tanto no pragmatismo como na crítica, têm encontrado ressonância em pesquisas que tematizam diferentes objetos de estudos (violência, questões urbanas, democracia, cidadania, meios de comunicação, fatos econômicos) a partir do enfoque nas competências críticas e discursivas dos atores sociais acerca de suas próprias experiências sociais. 

O evento busca promover um diálogo intercultural e comparativo entre Brasil e a França no quadro desse debate teórico. 

As inscrições podem ser feita no link https://criticaepragmatismo.weebly.com/inscriccedilotildees--inscriptions.html

Outras informações acesse: https://criticaepragmatismo.weebly.com/

Confira a programação abaixo.


PROGRAMAÇÃO:

TERÇA-FEIRA, 19/6/2018

8h45 - 9h15: Credenciamento

9h15 - 9h45h: Abertura
Luís Roberto Cardoso de Oliveira (diretor do ICS/UnB)
Profa. Dra. Christiane Girard (vice-diretora do ICS/UnB)
Prof. Dr. Joaze Bernardino (Chefe do Departamento de Sociologia/UnB)
Prof. Dr. Edson Farias (Coordenador do PPGSOL/UnB)

10h - 13h: Conferências de abertura
Janine Barbot (CEMS-INSERM)
A abordagem da análise cruzada dos dispositivos e dos repertórios normativos para o estudo de transformações sócio-históricas
Alexandra Bidet (CMH-CNRS)
A contribuição da abordagem pragmatista da valoração para o estudo do papel das investigações ordinárias e das experiências marcantes na formação do senso de coexistência

Coordenadoras : Sayonara Leal (SOL/UNB) e Laura Chartain (CEMS/EHESS - FFLCH/USP)
Debatedores: Thays Mossi (UFPEL) e Paola Diaz (CEMS-EHESS)
14h30 - 18h: Mesa redonda 1 - Pragmatismo, identidade e trajetórias
Coordenador: Rodrigo Cantu (UNILA)
Debatedor: César Pinheiro Teixeira (IFCS-UFRJ)

Fabio Reis Mota (UFF): Arenas públicas e políticas de identidade na contemporaneidade a partir de etnografia: um olhar cruzado entre o Brasil e a França
Samantha Sales (IFCS-UFRJ): O engajamento em negócios de impacto: uma análise do compromisso com a mudança social
Vittorio Talone (IESP-UERJ): A memória de situações de ferimento, tensão e morte: a vivência de distopias realizadas na 'violenta' cidade do Rio de Janeiro


Quarta-feira, 20/6/2018
9h30 - 13h: Mesa redonda 2 – Pragmatismo e Dispositivos
Coordenadora : Paola Diaz (CEMS-EHESS)
Debatedor : Alexandre Werneck (IFCS/UFRJ)

Nicolas Dodier (CEMS- EHESS): Testemunhar como vítima em um dispositivo jurídico
Gustavo Matarazzo (IFSP/SP): Análise organizacional e pragmatista: possibilidades a partir do conceito de dispositivo
Sayonara Leal (SOL/UNB): Resistência e crítica face a um dispositivo de compensação: catadores de resíduos sólidos confrontados à desativação do Lixão da Estrutural (Distrito Federal)

14h30 - 18h: Mesa redonda 3 - Pragmatismo e Existência
Coordenador: Jaime Santos Junior (UFABC/SP)
Debatedor: Gabriel Peters (SOL/UFPE)
Frédéric Vandenberghe (IESP/UERJ): A provação da existência como experiência limite
Diogo Silva Corrêa (Sociofilo/UERJ): Esboço de uma sociologia dos problemas íntimos
Laura Chartain (CEMS/EHESS - FFLCH/USP): O self entre coletivos: envolvimento, reflexividade e experimentação de si em uma cadeia de algodão agroecológico entre o Brasil e a França

Quinta-feira, 21/6/2018
9h30 - 13h: Mesa redonda 4 – Pragmatismo, Poder e Ação Coletiva 
Coordenação: Palloma Menezes (UFF)
Debatedora: Jussara Freire (UFF)
Carolina Andion (UDESC): Ação coletiva e inovação social em arenas públicas: experiências de atores da sociedade civil
Marcelo Rosa (SOL/UnB): Pragmatismo e analítica do poder em movimentos sociais no Brasil e na África do Sul
Daniel Cefaï (CEMS/EHESS): Poder: vinhetas pragmatistas

14h30 - 18h: Mesa redonda 5 - Pragmatismo, Estado e Politicas Públicas
Coordenação : Leonardo Martins (PPSOL/UnB)
Debatedor : Emerson Ferreira Rocha (SOL/UnB)

Rodrigo Cantu (Unila): História fiscal e pragmática da periferização
Roberto Pires (IPEA): A praxeologia pragmática dos atores burocráticos na produção das políticas públicas no Brasil
Marco Natalino (IPEA): Pobreza, estigma e cidadania: classes sociais e suas percepções sobre o Programa Bolsa Família 

Sexta-feira, 22/6/2018
9h30 - 13h: Mesa redonda 6 – Estratégias Metodológicas Pragmatistas em Ciências Sociais
Coordenação: Stefan Klein (SOL/UnB)
Debatedora: Neiva Vieira da Cunha (UERJ – IFCS/UFRJ – CEMS)


Maurício Serva (UFSC) : Pragmatismo e análise das organizações: desafios teórico-metodológicos
Rosana de Freitas Boullosa (UFBA): A história do estudo das políticas públicas a partir do pragmatismo
Carla Cristina Pompeu (GEPEME-USP): Relação entre sujeitos e saberes matemáticos: possibilidades a partir da sociologia pragmática

14h30 - 16h30: Conferência de encerramento
Francis Chateauraynaud (GSPR-EHESS)
Pragmatismo e complexidade: como a sociologia afronta a não-linearidade dos processos
Coordenação: Diogo Silva Corrêa (Sociofilo/UERJ)
Debatedor: Fabríco Neves (SOL/UnB)


16h30- Confraternização de encerramento

 

O site do Ineac reproduz aqui o artigo publicado no site UOL, escrito pelas pesquisadoras e antropólogas vinculadas ao INCT-InEAC, Jacqueline Muniz e Luciane Patrício.

Pelo site UOL acesse a notícia no link: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2018/06/tal-como-foi-aprovado-o-sus-da-seguranca-publica-vai-trazer-avancos-no-combate-a-criminalidade-nao.shtml?utm_source=whatsapp&utm_medium=social&utm_campaign=compwa

Tal como foi aprovado, o SUS da segurança pública vai trazer avanços no combate à criminalidade? NÃO

 

 

JUNTOS E MISTURADOS: DA FRAGMENTAÇÃO AO AMONTOADO

Jacqueline Muniz  Luciane Patrício

O SUSP vira lei. Da formulação até a aprovação passaram quase duas décadas de chá de cadeira dado por quem proclama a segurança pública como prioridade de Estado e de Governo. 15 anos para atravessar poucas quadras e uma avenida. Em 2003, cria-se o SUSP no ministério da justiça de Lula. Em 2012, vira projeto de lei da presidência de Dilma. Em 2018, ressuscita rápido da gaveta do congresso para dar sustança ao recém, e apressado, ministério extraordinário da segurança pública de Temer.

Na esplanada, estrada afora, chapeuzinhos vermelhos e lobos maus mexeram na cesta do SUSP, tornando seu marco legal distante da concepção original. Qual? Ser um Sistema, de verdade, e Uúnico, de fato. Ter um arranjo adequado ao desenho político-administrativo brasileiro, garantindo atribuições federativas equilibradas e o seu financiamento. Cabia ao SUSP redefinir e regulamentar o art. 144 da CF que reproduz, desde a carta de 46, uma lógica fragmentária e de quase monopólios policiais. Seu papel, segundo os idealizadores, era transformar órgãos avulsos e concorrentes em partes interdependentes de um todo cooperativo e governável. Para garantir capacidade de governo, construir o pacto federativo da segurança pública, definindo competências exclusivas, partilhadas e redundantes dos entes federados. Para permitir capacidade de gestão, por de pé a arquitetura institucional do SUSP. Esta construção técnico-política foi esquecida.

Nós que participamos da criação do SUSP, recomendamos correções e inclusões encampadas por parlamentares progressistas. A relatoria acatou as que não afetavam o coração da lei, que retrocedeu a segurança pública à questão policial e rebaixou o SUSP a um Clube de Serviços, onde sempre cabe mais um quando se usa lobbies corporativistas.

Junto e misturado é legal na balada, mas é temeroso quando se improvisa com o poder de polícia. Espadas, emancipadas, cortam para todo lado. Foi-se da

fragmentação crônica ao amontoado invertebrado. Oficializou-se como esporte nacional os conflitos de competência, a bateção de cabeça e as carteiradas entre agentes da lei.

O SUSP da lei converte-se em uma agência de fomento de operações policiais. Inaugura-se o caixa extra para o mundo reativo e provisório das ações conjuntas e forças-tarefa. Desvaloriza-se a rotina dos policiamentos para todos em favor da excepcionalidade do espetáculo operacional que serve a alguns. A política fica refém de saldos policiais. Adota-se o extraordinário como modo de governar.

O SUSP da lei traz um horizonte perigoso de nacionalização que mobiliza indivíduos armados ao invés de integrar suas instituições. Diante de greves ou outros motivos, arrisca-se dar vida a um exército do B, que desestabiliza o jogo democrático e desafia a capacidade de agir das forças armadas.

O palavreado democrático está lá: direitos humanos, cidadania, participação. Papel bonito com recheio duvidoso. A ideia-força é a defesa social, um fóssil de 70 anos. Sepultou-se a segurança cidadã em favor de uma criminologia ultrapassada do nós contra eles, ineficaz no controle da criminalidade violenta e que perverte o trabalho da polícia e da justiça.

É bom que atores políticos ao centro, à esquerda e à direita, percebam que a espada entregue a si mesma, cedo ou tarde, corta a língua da política e rasga a letra da lei. Governar requer que a espada não defina, ela mesma, a extensão e profundidade de seu corte.

 

1 Artigo publicado na Folha de São Paulo em 08/06/2018

2 JACQUELINE MUNIZ, antropóloga, é professora do Departamento de Segurança Pública da UFF (Universidade Federal Fluminense). LUCIANE PATRÍCIO, antropóloga, é professora do Departamento de Segurança Pública da UFF.

 

Debate sobre Intolerância Religiosa e Processos de mobilização política
Data: 07/junho
Horário: 16h
Local: Sala 516 bloco O UFF - Gragoatá

- Mediadora: Ana Paula Mendes de Miranda (Drª em Antropologia/USP)

- Roberta de Melo Correa (Drª em Antropologia/UFF)

- Lana Lage Gama Lima Drª em História social/USP)

- Kleber Lucas, pastor da Igreja Batista Soul

- Pastora Luismarina Campos Garcia - Pastora Luterana e Doutoranda em Direito pela UFRJ

- Babalawô Ivanir dos Santos- Doutor em História Comparada pela UFRJ

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