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Claúdio Salles

Claúdio Salles

Resultado do edital 2021 do programa “SBPC Vai à Escola” é divulgado e o projeto da II Feira de Ciências ‘Conflitos e Diálogos na Escola: Processos de Administração de Conflitos em uma Perspectiva Multidisciplinar’,  desenvolvido por pesquisadores vinculados ao INCT/INEAC  é premiado . 

Ao todo foram contemplados 34 projetos. Atividades serão realizadas de março a novembro em todas as regiões do País

A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) divulgou nesta quinta-feira, 27, o resultado do Edital 2021 do Programa “SBPC Vai à Escola”. O Programa consiste na realização de atividades de divulgação da ciência, do estímulo à aquisição do conhecimento científico e da criatividade das crianças, adolescentes e jovens, abrangendo, eventualmente, atividades voltadas à formação de professores de ensino fundamental e médio.

Ao todo, foram submetidas 96 propostas. Destas, 89 cumpriram as especificações do edital e das agências financiadoras e foram analisadas pelo Comitê Científico nomeado pela diretoria da SBPC. O Comitê aprovou e recomendou o financiamento de 34 propostas, obedecendo aos limites dos recursos disponíveis pela SBPC para a execução do Programa SBPC vai à Escola.

Os projetos, que serão realizados de março a novembro de 2022, abrangem 18 unidades da Federação (Alagoas, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal).

Para Cláudia Linhares Sales, secretária-geral da SBPC, a boa resposta ao Edital, tendo em vista o curto prazo para submissão de propostas, e a qualidade das propostas recebidas dizem muito sobre a capacidade de trabalho, dedicação e talento da comunidade científica em torno da SBPC. “É impressionante a qualidade, a diversidade de áreas e a criatividade nas propostas de atividades que tem por objetivo último aumentar a cultura científica de estudantes e professores da educação básica, expandindo horizontes, trazendo conhecimento e consequentemente incrementando a formação cidadã do público alvo”, celebra.

“O número de bons projetos era superior aos 34 aprovados, e é uma pena que nem todos possam ser financiados. As propostas submetidas motivam enormemente a SBPC a continuar a envidar todos os seus esforços para aumentar os recursos desse programa”, pontua a secretária-geral da SBPC.

Veja aqui os projetos selecionados.

O programa

Lançado em agosto de 2015, o programa “SBPC Vai à Escola” tem o mérito de dar continuidade a experiências semelhantes desenvolvidas pela SBPC ao longo de sua história. Além das atividades nas programações da SBPC Jovem e da SBPC Mirim, que acontecem durante as reuniões anuais, vários dirigentes da Sociedade dedicaram-se a promover atividades de iniciação científica em escolas com crianças e adolescentes.

Para conferir todos os projetos premiados faça  abaixo o download do arquivo em anexo.

 

É com imenso pesar que comunicamos o falecimento do querido Professor Wagner Neves Rocha, um grande mestre, com uma generosidade intelectual comovente, invejável imaginação sociológica e  responsável pela formação de muitas gerações de jovens cientistas sociais, especialmente Antropólogos e Antropólogas na UFF onde lecionou durante muitos anos. Wagner Neves Rocha compôs um quadro excepcional de docentes de distintas gerações  ao lado de professores como Luis de Castro Faria, Roberto Augusto da Matta, Júlio Cesar Melatti, Lucia Ramos Câmara, Maria Rosilene Alvim, Cláudia Menezes, Margarida Maria Moura, Lais Mourão, Theo Santiago, Roberto Kant de Lima, Ricardo Gomes de Lima, e Marco Antonio Mello .

O enterro está previsto para acontecer ás 15 horas, no Cemitério Parque da Colina, em Niterói. 

Em nome dos pesquisadores do INCT/INEAC nossos sinceros pêsames para toda a família e amigos.

 

O site do INCT/INEAC publica aqui o texto do antropólogo Lenin Pires, pesquisador vinculado ao nosso instituto e professor do Departamento de Segurança Pública e Diretor do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos da UFF.

O “cidade integrada” e a “piropolítica”

 

Iniciativas pirotécnicas - quando não pitorescas - são comuns na área de segurança pública. O mais novo episódio envolve o lançamento do “Cidade Integrada”, programa lançado pelo governador do Rio, Cláudio Castro. Em 19 de janeiro, como um mágico improvisado no picadeiro, este tirou da cartola o velho coelho de guerra. Supostamente, como de outras vezes, para contemplar as expectativas legítimas do público para os chamados problemas de segurança. Em situações anteriores tivemos outras propostas, como GPAE, UPP ou mesmo a malfadada “intervenção federal”.  Propostas que, em maior ou menor grau, foram anunciados com pirotecnia política. Como esperado, surtiram os efeitos desejados elegendo governadores, deputados, mas também fazendo a farra de empresários e fornecedores aderentes à área. Estes últimos, aliás, cresceram muito nos últimos 30 anos, a exemplo de outras áreas de governo. Cessado o fogo da palha, quem primeiro se encantou com o coelho teve que passar a conviver com o mico. Afinal, propostas mal projetadas, sem levar em conta o sistema como um todo, e sem viabilidade orçamentária e financeira, não se sustentam. Por outro lado, sempre faltou buscar compreender o ponto de vista dos profissionais envolvidos na ponta. Seus baixos salários, os riscos inerentes à função e a submissão a uma estrutura perversa. Em outras palavras, a necessidade social que se tornem profissionais de fato, e não objetos de treinamentos que lhes deformam ou  de regulamentos esdrúxulos que os submetem. Deu no que deu. Desmontado o picadeiro, o público foi retirado às pressas: “Acabou o milho, acabou a pipoca”. Uma vez encerradas, tais iniciativas passaram a sensação de ser um tiro n`água. Empoçada, é claro, de tanto se enxugar gelo. E tudo continuou como sempre esteve: piorando a cada dia, em um lamentável ciclo de violência que curiosamente cresce em espiral. Neste último, agentes do estado ora são usados para exibição de força, ora assumem o lugar de verdugos. Não por acaso envolvem-se em confrontos de maiores ou menores proporções, desgastando a imagem das polícias. O fato é que cada vez que isso ocorre, o que se incinera é a confiança na política. E esse, afinal, parece ser o definitivo legado da pirotecnia insistente com que se reveste as medidas para a segurança pública no estado do Rio de Janeiro.

 

Lenin Pires

Professor do Departamento de Segurança Pública e Diretor do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos da UFF

 

Terça, 25 Janeiro 2022 19:07

CHAMADA PÚBLICA DE BOLSA DE PESQUISA

CHAMADA PÚBLICA DE BOLSA DE PESQUISA

O Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos, faz saber que estão abertas as inscrições para preenchimento de 8 (oito) vagas para o Projeto Política dos terreiros: mobilizações, produção de saberes, processos de vitimização e enfrentamento ao racismo, a seguir:

1. INFORMAÇÕES GERAIS: Este projeto tem coordenação-geral da professora Dra. Ana Paula Mendes de Miranda, pesquisadora do INCT-INEAC/UFF. Todos os pesquisadores que dele participarão são vinculados ao referido Instituto. A equipe contará com pesquisadores em diferentes fases de formação (graduação e pós-graduação) e uma equipe administrativa. Trata-se de uma equipe qualificada, composta por pesquisadores experientes em projetos de análise de situações de conflito no espaço público em variadas temáticas. As vagas estarão vinculadas ao subprojeto “O papel da mídia na construção dos casos de discriminação étnico-racial-religiosa no estado do Rio de Janeiro”.

1. Os critérios para a seleção dos pesquisadores:

● Estar regularmente matriculado em curso de graduação / pós-graduação nos cursos de Antropologia; Ciências Sociais; Direito; Sociologia; Serviço Social; Segurança Pública; Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense.

● Não ser bolsista de qualquer outro programa da Universidade Federal Fluminense;

● Os pesquisadores de graduação devem apresentar o comprovante de coeficiente de rendimento escolar (CR) maior ou igual a 7,0 (sete);

● Ter disponibilidade de carga horária de 20 (vinte) horas para se dedicar às atividades do projeto, sem prejuízo das atividades acadêmicas;

● Experiência de pesquisa em políticas públicas voltadas à garantia de direitos étnico-raciais-religiosos;

● Domínio de linguagens informáticas: Word; Excel; SPSS; NVivo;

 

● Em caso de empate do processo seletivo entre um estudante que tenha ingressado em curso de graduação/pós-graduação da UFF por política de ação afirmativa – cota e um estudante que tenha ingressado em curso de graduação presencial da UFF por ampla concorrência, a prioridade de ocupação da vaga deverá ser atribuída ao assistido pelo sistema de ação afirmativa.

 

2. Informações sobre as bolsas que serão concedidas aos pesquisadores dos projetos:

2.1.As bolsas terão duração de três meses.

2.2.Os valores das bolsas que os pesquisadores seguirão a atual tabela das instituições de fomento CAPES e CNPq. Nela estipula os seguintes valores:

 

Categoria Valores

Pós-doutorado R$ 4.100,00

Doutorado R$ 2.200,00

Mestrado R$ 1.500,00

Graduação R$ 500,00

 

2.3 Enviar documentação para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

2.4 Período de inscrição: 25/01/2022 a 30/01/2022

2.6 Documentação:

2.6.1 - Toda documentação solicitada neste processo seletivo deve estar no formato pdf. Qualquer outro formato o documento será desconsiderado;

2.6.2 – Declaração de matrícula ativa na UFF;

2.6.3 - Histórico escolar;

2.6.4 – Carta de interesse de 3 páginas (fonte Arial (11), espaçamento1,5), do qual deverá constar exposição sobre: (i) experiências profissionais e acadêmicas anteriores relacionados a vaga desejada; (ii) motivação para trabalhar com tema da pesquisa – discriminação étnico-racial-religiosa; (iii) como a sua participação pode contribuir com a pesquisa.

2.6.5 – Curriculum Lattes.

 

3. INSTRUMENTOS DE SELEÇÃO

3.1.1 - Análise dos documentos;

3.1.2 - Análise do Curriculum vitae;

3.1.3 - Entrevista on-line.

4. DO CRONOGRAMA DA SELEÇÃO

 

Evento Data

Lançamento do Edital 25/01/2022

Período de inscrições 25/01/2022 a 30/01/2022

Resultado da Etapa 1 (Análise documental e Curriculum) 01/02/2022

Entrevista on-line 02/02/2022

Resultado Final 04/02/2022

 

5. Disposições gerais

5.1 - Serão classificados os candidatos que atenderem ao presente edital.

5.2 - O bolsista discente deverá manter vínculo acadêmico com a Universidade, apresentando a declaração de matrícula.

5.3 – O bolsista deverá cumprir uma carga horárias de 20 (vinte) horas mensais.

5.4 – O bolsista que por algum motivo se desvincular da Universidade Federal Fluminense deixará de receber a bolsa.

5.5 – O resultado da avaliação do concurso será homologado pelo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Administração Institucional de Conflitos - NEPEAC.

5.6 – O não cumprimento das atribuições dos bolsistas poderá resultar na suspensão ou cancelamento da bolsa.

 

Niterói, 25 de janeiro de 2022.

Coordenadora Projeto Política dos terreiros: mobilizações, produção de saberes, processos de vitimização e enfrentamento ao racismo Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos

 

 

Anexo I

Quadro vaga vinculado ao subprojeto - O papel da mídia na construção dos casos de discriminação étnico-racial-religiosa no estado do Rio de Janeiro.

 

Baixe em anexo o PDF do edital completo

 

 

 

Com transmissão ao vivo pelo canal do youtube do INCT/INEAC acontece nessa sexta 21/01/22 a palestra online "O caso da perda de guarda das crianças e adolescentes dos povos tradicionais", coordenado pelas pesquisadoras Ana Paula Mendes de Miranda (INCT/INEAC) e Rosiane Rodrigues (INCT/INEAC), a atividade tem como objetivo apresentar os primeiros resultados da pesquisa junto aos terreiros, com a participação de pesquisadores que lidam com as demandas de garantias de direitos dos povos indígenas e ciganas.
 
A retirada de crianças de suas famílias por motivos étnico-raciais-religiosos tem chamado atenção da sociedade. Jovens e crianças (de terreiro, indígenas e ciganas) são retirados de suas famílias devido ao preconceito e ao racismo.
O evento é promovido pelo Programa de Pesquisa “Política de Terreiros: mobilizações, processos de vitimização e enfrentamento ao racismo”, do Núcleo de Pesquisa em Administração Institucional de Conflitos (NEPEAC-INEAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF), que realiza pesquisa exploratória sobre a inversão de guarda baseada no pertencimento étnico-racial-religioso, com intuito de mapear os casos.
 
Para assistir acesse youtube.com/c/ineac
 
 
Haverá emissão de certificado para os ouvintes.
Palestrantes:
Rosiane Rodrigues de Almeida – Bolsista de Pós-doutorado do INCT-INEAC/NEPEAC (UFF), Doutora e mestra em Antropologia (UFF)
Vinicius Cruz Pinto - Doutor e mestre em Antropologia (UFF), Pesquisador do INCT-INEAC (UFF)
Eliel Benites- Coordenador da Faculdade Intercultural Indígena (FAIND) da Universidade Federal da Grande Dourados (MS).
Felipe Berocan Veiga- Professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia - PPGA-UFF. Pesquisador do LeMetro/IFCS-UFRJ e do INCT-InEAC.
Glicia Salmeron- Mestre em Criminologia pela UFP (Porto/Portugal), Conselheira do CONANDA representando o CFOAB, Pesquisadora do INCT-INEAC;
Neyla Ferreira Mendes. Coordenadora Estadual do Núcleo de Defesa dos Povos Indígenas e Igualdade Racial e Étnica na Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul (MS).
Jaime Mitropoulos – Procurador Federal (MPF)
Renata Souza - deputada estadual (PSOL/RJ)
 

CURTA METRAGEM + EXPOSIÇÃO DE MÁSCARAS + DESFILE FOLIA DE REIS

 A ÚLTIMA FOLIA

Hoje 13/1 é o lançamento do metragem A ÚLTIMA FOLIA - ás 20h, presencialmente nos Jardins da Casa de Cultura e também, no mesmo horário, pelo canal https://youtu.be/Mmou-NqRtG4

Antecedendo o Curta metragem A ÚLTIMA FOLIA (Direção de Claudio Salles e Produção Executiva de Alan Mota), hoje, dia 13|01, às 18h, acontecerá na CASA DE CULTURA HELOISA ALBERTO TORRES uma linda exposição com Máscaras dos Palhaços das Folias de Reis.  Essa exposição intitulada “ESSA FOLIA É DE REIS”, já rodou cidades como Nápoles, Capri, Roma e São Paulo. A exposição tem o apoio da PR3 UERJ e curadoria do professor Ricardo Gomes Lima.

O evento na Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres terá a presença e o desfile da Bandeira Estrela do Oriente II de Itaboraí, a última Folia de Reis de Itaboraí. 

Esse Curta metragem é fruto de uma parceria entre a Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres com o INCT/INEAC Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos. É o quarto Curta-metragem dessa parceria com vistas a identificar, fomentar e resgatar a Cultura Popular de Itaboraí e o seu Patrimônio Imaterial. O primeiro vídeo foi sobre a Própria Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres, o segundo vídeo foi OLEIROS DE ITABORAÍ: Identidade, Arte, Pão e Barro, o terceiro foi A VOZ QUE CLAMA NO DESERTO (protagonizado por atores de Itaboraí); e esse quarto vídeo resgata a tradição do último Grupo de Folia de Reis ainda em atividade na cidade: ESTRELA DO ORIENTE II .

O endereço da Casa de Cultura Heloisa Alberto Torres é Praça Mal. Floriano Peixoto, 303 - Centro, Itaboraí - RJ, 24800-165

 

O site do INCT/INEAC disponibiliza aqui o artigo  A MULTIDIMENSIONALIDADE DOS CONFLITOS E SEUS EFEITOS NA PRODUÇÃO DE POLÍTICAS (DE “TERREIROS/”CRISTOFASCISTAS”): ALGUMAS RESPOSTAS, OUTRAS QUESTÕES , escrito pela professora e antropóloga Ana Paula Mendes de Miranda (UFF - INCT/INEAC) e publicado no periódico DEBATES DO NER - https://www.seer.ufrgs.br/debatesdoner/article/viewFile/120685/65473

 

ANA PAULA MENDES DE MIRANDA é  Bacharel e Licenciada em Ciências Sociais pela Universidade Federal Fluminense (1993) e Doutora em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (2002). É Professora Associada (I) do Departamento de Antropologia. É professora do quadro permanente do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal Fluminense, tendo sido Coordenadora do Programa entre os anos 2012 a 2014. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq - Nível 2 - CA CS - Antrop., Arqueol., C. Política, Direito, Rel. Internacionais e Sociologia. Atualmente exerce os cargos de Coordenadora do Curso de Especialização em Políticas Públicas de Justiça Criminal e Segurança Pública e de Coordenadora Adjunta dos Mestrados Profissionais da área de Antropologia e Arqueologia (CAPES). Foi Coordenadora do Stricto Sensu da Pró-Reitoria de Pesquisa, Pós-Graduação e Inovação da Universidade Federal Fluminense (2014-2017) e da Assessoria de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (AFiDE/UFF) (2017-2018). É pesquisadora do Núcleo Fluminense de Estudos e Pesquisas e do Instituto de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (INCT-INEAC) da Universidade Federal Fluminense. Integrante da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia da Associação Brasileira de Antropologia. Líder do diretório de pesquisa "Antropologia das burocracias e da mobilização social: saberes, práticas e interações no campo das políticas públicas". Vice-líder do diretório de pesquisa "Religião, Direito e Sociedade numa perspectiva comparada". Tem experiência na área de Teoria Antropológica, com concentração em Antropologia Jurídica e Antropologia Política, atuando principalmente em pesquisas sobre os temas: formulação, implementação e avaliação de políticas públicas; gestão da informação em segurança pública; crimes, conflitos e percepções da violência; manifestações de intolerância religiosa.

Para ler o artigo faça o download do PDF em anexo . 

Disponibilizamos aqui o artigo A "POLÍTICA DOS TERREIROS" CONTRA O RACISMO RELIGIOSO E AS POLÍTICAS "CRISTOFASCISTAS", escrito pela antropóloga Ana Paula Mendes de Miranda (UFF - INCT/INEAC) e publicado no periódico DEBATES DO NER - https://www.seer.ufrgs.br/debatesdoner/article/view/120344 

O artigo discute os processos de mobilização dos afrorreligiosos em ações contra o racismo religioso e as políticas “cristofascistas”, desenvolvidas por grupos com religiosidade de perfil evangélico-pentecostal. Baseando-se em pesquisas etnográficas, realizadas desde 2008, no Rio de Janeiro, Brasília, Aracaju e Maceió, pretende-se analisar como as estratégias de mobilização se constituem numa modalidade de política “dos terreiros” como um modo de se “fazer política”, que delimitam identidades públicas, trazendo para o debate as denúncias de acirramento e crescimento de violações das religiões de matrizes afro, no plano simbólico – a demonização de suas práticas – ou no plano concreto – a destruição dos terreiros e expulsão dos religiosos de suas casas. Discute-se também como as categorias intolerância, racismo e genocídio fazem parte de uma gramática cívica que busca cobrar do Estado, a partir principalmente das polícias e do judiciário, uma atuação de garantia de direitos, diante de um cenário de extremismo religioso, que se caracteriza por narrativas e ações com vistas à construção de agendas políticas, alimentada por dogmas religiosos – “cristofascismo”, que resultam em atos violentos contra os terreiros.

Para ler A "POLÍTICA DOS TERREIROS" CONTRA O RACISMO RELIGIOSO E AS POLÍTICAS "CRISTOFASCISTAS" faça abaixo o download do PDF em anexo.

 

 

Está sendo lançado, pela coleção Conflitos, Direitos e Sociedade,  o livro “Nem Todo Morto é Vítima”: Análise de Fluxo Através das Práticas Jurídico-Policiais na Administração de Homicídios Dolosos, escrito pelo Sociólogo Michel Lobo Toledo Lima (UVA/INCT/INEAC) .

 

Descrição: Partindo da hipótese, construída com base em observações de campo, de que há tratamento institucional desigual de casos penais semelhantes, o objetivo deste livro foi verificar como se dá a administração institucional, pela polícia e pelo Judiciário, dos crimes de homicídio doloso consumado ao longo da persecução penal. Compreende as etapas procedimentais consecutivas do registro de boletim de ocorrência policial, da instauração do inquérito policial, da denúncia do Ministério Público, do desfecho na primeira fase do tribunal do júri e do desfecho na segunda fase do tribunal do júri, identificando, descrevendo e analisando estatisticamente elementos oriundos dos autos e percebidos das práticas dos operadores do campo observado que podem determinar os desfechos para cada uma das quatro etapas procedimentais posteriores ao registro de boletim de ocorrência.

Referência: LIMA, Michel Lobo Toledo (2021). “Nem Todo Morto é Vítima”: Análise de Fluxo Através das Práticas Jurídico-Policiais na Administração de Homicídios Dolosos. Autografia: Rio de Janeiro.

O livro pode ser encontrado para compra no endereço https://www.autografia.com.br/produto/nem-todo-morto-e-vitima-analise-de-fluxo-criminal-atraves-das-praticas-juridico-policiais-na-administracao-de-homicidios-dolosos/

A resenha do livro foi escrita pela socióloga Ludmila Ribeiro (UFMG), e publicada na Revista Juris Poiesis do PPGD da UNESA. Para ler acesse: http://periodicos.estacio.br/index.php/jurispoiesis/article/viewFile/10301/47968180

Referência:
RIBEIRO, Ludmila. O Que Faz O Registro Do Crime De Homicídio Doloso Chegar Até A Condenação? Resenha do livro “Nem Todo Morto é Vítima”: Análise de Fluxo Criminal Através das Práticas Jurídico-Policiais na Administração de Homicídios Dolosos, de Michel Lobo. Juris Poiesis, Vol. 24, No 36, p. 383-391, 2021.

 

O site do INCT/INEAC reproduz aqui o artigo Religião e Poder Familiar: A guarda de crianças dos Povos Tradicionais, publicado no Blog Ciência e Matemática do O Globo e escrito por Rosiane Rodrigues de Almeida e Vinicius Cruz Pinto, pesquisadores vinculados ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia –  INCT-InEAC,  e também Glícia Salmeron de Miranda , conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA).

Para ler acesse https://blogs.oglobo.globo.com/ciencia-matematica/post/religiao-e-poder-familiar-guarda-de-criancas-dos-povos-tradicionais.html

ou confira abaixo:

Religião e Poder Familiar: A guarda de crianças dos Povos Tradicionais

 

Rosiane Rodrigues de Almeida, Vinicius Cruz Pinto e Glícia Salmeron de Miranda

A retirada de crianças de suas famílias pela Justiça por motivos étnico-raciais-religiosos tem chamado atenção da imprensa. Em 2020, o caso da inversão da guarda de uma menina de 12 anos para a avó materna, ganhou repercussão nacional ao ser divulgado no programa Fantástico, da TV Globo. Segundo os pais da menina, ambos candomblecistas, eles viram o terreiro ser invadido por policiais armados e sua filha ser retirada à força para ser entregue à avó (católica). A decisão judicial da 3ª Vara Criminal de Araçatuba, que determinou a inversão da guarda provisória da jovem, baseou-se em denúncia anônima de maus tratos, que não foram comprovados. Por outro lado, a decisão judicial contrariou o próprio desejo da jovem que, em vários veículos de comunicação declarou que era o seu desejo “fazer o santo”. Em numerosas oportunidades, a mãe da menina afirmou que estava realizando o sonho da filha de ser iniciada ao Candomblé. Menos de 15 dias depois, a guarda foi restabelecida para os pais e o caso segue em segredo de Justiça. Apesar de inusitado, o drama desta família está longe de ser isolado. O problema é antigo e evidencia o preconceito contra as comunidades de terreiro no país.

Em janeiro de 2009, o Jornal Extra publicou uma série de reportagens intitulada “Inimigos de Fé” que, entre as muitas discriminações por motivos étnicos-raciais-religiosos, trouxe à tona uma forma muito particular de alienação parental: os membros evangélicos de uma mesma família proibiam que uma avó (candomblecista) pudesse ver e visitar a neta. Este também tem sido um conflito cada vez mais comum e tem envolvido outros membros da parentela, apesar da invisibilidade. A série recebeu o prêmio de Melhor Iconografia da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) e as práticas discriminatórias contra líderes e adeptos das religiões de matriz africana, desde então, reverberam como um problema público que tem mobilizado interesses de pesquisa, além dos da mídia.

Em junho de 2020, o Programa de Pesquisa “Política de Terreiros: mobilizações, processos de vitimização e enfrentamento ao racismo”, realizado pelo Núcleo de Pesquisa, Ensino e Extensão de Estudos Comparados em Administração Institucional de Conflitos (NEPEAC/PROPPI-INEAC) da Universidade Federal Fluminense (UFF), iniciou uma pesquisa exploratória sobre a inversão de guarda baseada no pertencimento étnico-racial-religioso, com intuito de mapear os casos. O primeiro passo foi realizar o levantamento das notícias relativas à perda de guarda que envolvessem líderes e adeptos dos terreiros, a partir dos anos 2000. Identificamos, no entanto, que a perda e/ou inversão de guarda de jovens e crianças vem fazendo parte da vida de famílias que professam o Candomblé, mas não só.

Crianças indígenas e ciganas têm sido retiradas de suas famílias. Em 2011, em Jundiaí, na grande São Paulo, uma menina cigana, de um ano e dois meses, foi tirada da mãe e levada para um abrigo sob a alegação de que a mãe estaria usando a filha para sensibilizar as pessoas enquanto “esmolava”. No entanto, após uma batalha judicial para recuperar a guarda do bebê, a justiça devolveu a criança, uma vez que a mãe realizava o trabalho de quiromancia – prática ancestral das mulheres ciganas.

De acordo com o levantamento inicial, percebemos que a Justiça retira e/ou inverte a guarda dos filhos de famílias candomblecistas, ciganas e indígenas por considerar que seus modos de vida e práticas religiosas são inadequados ou sob alegação de pobreza. Porém, entre indígenas e ciganos, conforme pudemos observar, não há a inversão da guarda para um parente, comum nas disputas em relação às famílias candomblecistas, mas o envio das crianças e jovens para abrigos. No Mato Grosso do Sul a situação é tão grave que, após a divulgação de uma Carta Denúncia pelo Conselho Aty Guassu – maior representação política dos indígenas Guarani Kaiowa – em 2017, a FUNAI realizou um mapeamento de todos os casos de crianças e jovens indígenas em acolhimento institucional nos 20 municípios abrangidos pela Coordenação Regional da Fundação Nacional do Índio de Dourados/MS. Conforme o mapeamento, somente na cidade de Dourados, 70% das crianças em abrigos eram indígenas. Pior: de acordo com o documento, essas crianças costumam ser adotadas por famílias não indígenas sem a devida consulta à FUNAI – uma violação flagrante à Constituição Federal e ao Estatuto da Criança e do Adolescente, que reconhece a universalidade dos direitos de crianças e jovens dos Povos e Comunidades Tradicionais.

A questão central nesta discussão está no fato de que a concessão da guarda pela Justiça prescinde da observância do melhor interesse da criança em detrimento do interesse dos pais ou do Estado, principalmente quando se trata de pertencimento étnico-religioso. Este cenário fica ainda mais complexo porque a Constituição Federal de 1988 consagrou que crianças e adolescentes são “sujeitos de direitos” - humanos, civis, políticos e sociais - que devem ser respeitados e assegurados pela família, a sociedade em geral e o Poder Público. Outro ponto crucial é o reconhecimento ao protagonismo juvenil como fator fundante da dignidade humana, a liberdade de expressar opinião, crença e culto religioso, participar da vida famíliar e comunitária e da vida política sem discriminação. Ou seja, a criança e o/a adolescente são protagonistas da sua própria história de vida, observando-se aí o que preconiza a norma constitucional e infraconstitucional quanto a sua autonomia e preservação de suas ideias, valores e crenças. O que consiste, por força da lei, na inviolabilidade de sua integridade psíquica, física e autonomia de sua vontade.

Apesar dos processos que envolvem a suspensão do pátrio-poder ou a retirada e/ou inversão de guarda dessas crianças e jovens tramitarem em segredo de Justiça – o que impede o acesso aos autos – sabemos que a discussão sobre o tema deve observar que nenhuma criança e adolescente podem ser privados de sua liberdade ou ser retirados de seus pais ou mães sob o comando judicial ou mesmo por outro meio que implique a privação de seus direitos. Muito menos sob o pretexto de estar em risco em razão da sua pertença étnica ou por escolha da religião.

Neste momento da pesquisa, iniciamos as entrevistas com pessoas que têm tido o seu direito ao convívio familiar impedido por conta do pertencimento ao Candomblé. O maior desafio está sendo vencer o silenciamento dos agredidos. Estes casos permanecem invisíveis, uma vez que são os parentes próximos (irmãos, filhos, noras) – em sua maioria convertidos ao cristianismo evangélico – que proíbem a convivência familiar com netos, sobrinhos e até mesmo com os próprios filhos. Os casos pululam, apesar de poucos serem judicializados. Nenhum dos entrevistados até agora acredita que a Justiça possa intervir de forma a garantir que haja respeito entre os membros de suas famílias. Estamos diante de um cenário que, no caso dos terreiros, se contrapõe não apenas ao Direito das crianças e adolescentes, mas também vitimiza, em forma de punição velada, aqueles que insistem em manter a fé em deuses africanos. Ou seja, apesar das garantias legais, o povo de terreiro segue tendo suas práticas, histórias, saberes e tradições desrespeitados, inclusive pelas suas próprias famílias.

Rosiane Rodrigues de Almeida e Vinicius Cruz Pinto são pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia – Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (INCT-InEAC – www.ineac.uff.br) e Glícia Salmeron de Miranda é conselheira do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA)

 

 

 

 

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