enfrdeites
Claúdio Salles

Claúdio Salles

Terça, 30 Janeiro 2018 23:42

DEFESA DE TESE

Nessa terça dia 30/1/2018 , a doutoranda em antropologia Izabel Sanger Nuñez defende a sua tese de doutorado : “AQUI NÃO É CASA DE VINGANÇA, É CASA DE JUSTIÇA!”: MORALIDADES, HIERARQUIZAÇÕES E DESIGUALDADES NA ADMINISTRAÇÃO DE CONFLITOS NO TRIBUNAL DO JÚRI. Presentes na banca estarão o coordenador do INCT InEAC e orientador Dr. Roberto Kant de Lima (PPGA/UFF), Dra. Lucía Eilbaum (PPGA/UFF) – co-orientadora, Dr. Daniel Schroeter Simião (UnB), Dra. Letícia Carvalho de Mesquita Ferreira (FGV), Dra. Simoni Lahud Guedes (PPGA/UFF) e Dr. Pedro Heitor Barros Geraldo (PPGSD/UFF). A defesa terá início às 14h, na sala 516 – 5o andar – bloco O ICHF – Campus do Gragoatá – Niterói/RJ.

O site do INCT InEAC reproduz aqui a matéria publicada no Jornal O Fluminense e que trata de um trabalho realizado por pesquisadores do InEAC e coordenada pela antropóloga Ana Paula Mendes de Miranda.

Violência contra o trabalhador

Em são Gonçalo, 59% dos funcionários da Enel já foram ameaçados, 55% agredidos e 35% coagidos, mostra estudo

Um levantamento realizado pela Universidade Federal Fluminense (UFF), através do Instituto de Estudos Comparados em Administração de Conflitos (Ineac), apontou que 91% dos funcionários da Enel Distribuição Rio, alocados em São Gonçalo, se sentem inseguros no trabalho. De acordo com o Mapa de Percepção de Riscos desenvolvido pelo núcleo de pesquisas, as áreas que possuem maior índice de periculosidade são os bairros do Salgueiro, Jardim Catarina, Jockey, Santa Luzia e Venda da Cruz.

Segundo a coordenadora da pesquisa, Ana Paula Miranda, o estudo avaliou as condições de trabalho dos colaboradores que atuam nas cidades de São Gonçalo e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, apontadas pela concessionária como os territórios com maior número de furtos de energia. Nessas regiões, o acesso informal aos serviços elétricos provocam até 50% de perda no faturamento da distribuidora, devido à ocorrência de gatos e instalação do mercado irregular de energia administrado por traficantes e milicianos.

A partir desta análise, o estudo reuniu 48 pesquisadores e entrevistou 969 trabalhadores com o objetivo de identificar e mapear as áreas de risco com base nos dados do relatório de vitimização, desenvolvido no ano passado. A pesquisa revela que em São Gonçalo, 59% dos funcionários já foram ameaçados, 55% agredidos e 35% coagidos. O estudo também aponta que os problemas mais frequentes na rotina de trabalho dos profissionais estão relacionados à ameaça do tráfico, tiroteio, ameaça de morador e miliciano.

“Nesta pesquisa de vitimização concluímos que os trabalhadores do ramo da rede elétrica se sentem tão inseguros quanto os policiais. Além da exposição ao acidente de trabalho, eles estão sujeitos a episódios de tiroteio e agressões, o que aponta que esses profissionais são triplamente vitimizados”, explicou a coordenadora acrescentando que “muitas vezes a iniciativa de agressão contra o trabalhador parte da população. Em São Gonçalo, 35% dos profissionais alegaram já ter sofrido violência pelas mãos dos próprios moradores e 60% revelaram que já foram coagidos a fazer gato”, ressaltou.

Poder paralelo – Ainda conforme o estudo, 80% dos colaboradores alocados em São Gonçalo disseram que precisam informar aos traficantes sobre a realização do serviço. Entre as situações que mais preocupam os profissionais estão a incidência de confrontos, apontada por 65% dos entrevistados, e a possibilidade de não conseguirem deixar o local, conforme alegaram 45% dos trabalhadores. Nas áreas de risco da cidade, 70% dos funcionários relataram ter visto traficantes armados, 52% já presenciaram tiroteios, 27% viram milicianos armados, 27% se depararam com cadáveres nas ruas e 23% viram pessoas baleadas.

O Mapa de Percepção de Riscos foi encomendado pela Enel, por meio do Programa de Pesquisa e Desenvolvimento. Em nota a concessionária esclarece que prioriza a segurança dos funcionários e, por isso, é impossibilitada de atuar em 217 áreas no Rio de Janeiro, em razão da violência.

 

Acontecerá no próximo dia 31 de janeiro de 2018, na Sala Cecília Meireles no Rio de Janeiro a Cerimônia de entrega dos termos de outorga dos programas: CIENTISTA DO NOSSO ESTADO, JOVEM CIENTISTAS DO NOSSO ESTADO, INSTITUTOS NACIONAIS DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA (INCTS), e PROGRAMA DE APOIO A NÚCLEOS DE EXCELÊNCIA (PRONEX), além do lançamento do Centro de Multiusuários. O evento acontecerá às 11 horas na Sala Cecília Meireles e contará com as participações do Governador do Estado do Rio de Janeiro Luiz Fernando Pezão; do Ministro da Ciência e Tecnologia, Inovações e Comunicação, Gilberto Kassab; do presidente da FINEP Marcos Cintra; do Secretário do Estado de Ciência e Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Social Gabriel Carvalho dos Santos;  do Presidente do CNPQ (interino) Marcelo Marcos Morales, e do presidente da FAPERJ Ricardo Vieiralves de Castro.

O consultor internacional do INCT Ineac, Dr José Manuel Vieira Soares de Resende (Departamento de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa - Portugal) nos informa que o livro do III Encontros de Portalegre será lançado no próximo dia 1 de fevereiro, de 2018, no CICS NOVA, em Lisboa, Portugal. O preço capa do livro dos III Encontros é de 18€, as os autores dos textos têm 30% de desconto. As publicações estarão disponiveis para compra pela Internet através do site da editora Fronteira do Caos: http://www.fronteiradocaoseditores.pt/.

Ainda para esse ano espera-se o lançamento dos livros dos IV, V, VI, e VII ENCONTROS DE PORTO ALEGRE.

Esta pesquisa empírica, resultado da dissertação de mestrado em Direito, tem como finalidade explicitar a forma como o campo jurídico brasileiro atualiza os princípios constitucionais relacionados ao desenvolvimento do processo penal, através do exame das práticas de oferecimento das transações penais nos Juizados Especiais Criminais do Rio de Janeiro, confrontando este exame com os discursos doutrinário e legal relativos a este instituto e sua adequação ao modelo de Estado Democrático de Direito, por nós adotado. Foram utilizados nesta pesquisa empírica, especialmente, os métodos qualitativos de inspiração etnográfica, buscando-se uma descrição densa das práticas e significados empregados na oferta da transação penal em três juizados localizados na Baixada Fluminense. Além disso, foram conjugados a estes dados, os obtidos em entrevistas abertas. junto aos operadores do direito que atuaram não só nos municípios observados, mas também nas regiões metropolitana e serrana do Estado do Rio de Janeiro, o que serviu de ótimo exercício comparativo.

Quarta, 24 Janeiro 2018 20:36

Prostituição e outras formas de amor

A prostituição e seus personagens, homens e mulheres em seus múltiplos contextos, a partir de suas próprias falas e da observação e análise produzidas por ativistas e cientistas sociais.

Em Próximo do saber, longe do progresso: histórias de uma vila residencial no campus universitário da Ilha do Fundão – RJ, a autora, Letícia de Luna, focaliza os impactos causados por processos de reestruturação e renovação urbana associados às políticas habitacionais. O empenho na escuta, leitura e análise das histórias e memórias afetivas dos moradores locais e das ambiguidades, demandas e episódios diversos da luta pela permanência evidencia uma disputa que se mantém há seis décadas. Uma “etnografia retrospectiva” que revela, como afirma Letícia, “a história da vila residencial está intimamente ligada à história da Cidade Universitária”.

Trata-se de artigos gerados através de discussões promovidas em sucessivos encontros na área da antropologia sobre o que pode ser considerado “legal” e o que caracteriza o “ilegal” na sociedade.

Quarta, 24 Janeiro 2018 20:33

Crime, Polícia e Justiça no Brasil

Publicado pela editora Contexto, o livro mapeia e apresenta as principais abordagens e focos temáticos dos estudos sobre a área de segurança pública no país. Dessa forma, a obra traz não apenas as principais correntes da literatura internacional, como também incorpora os avanços teóricos e metodológicos produzidos no Brasil.
Os capítulos permitem ao leitor um panorama privilegiado da multiplicidade de posições, abordagens e aproximações institucionais e disciplinares que configuram e dão dinamismo ao corpus teórico e conceitual de um campo de estudos que tem crescido de forma acentuada nos últimos 15 anos. Novas fronteiras estão bem delimitadas, como aquelas dedicadas pioneiramente ao estudo das prisões, e outras estão ainda em formação, como é o caso dos estudos sobre políticas de segurança pública e políticas sobre drogas. Na intersecção dessas fronteiras, temas clássicos da Criminologia e das Ciências Sociais, como violência contra mulheres, direitos humanos, discriminação racial, administração da justiça e conflitos sociais, ajudaram a guiar as pesquisas e os debates intelectuais da área.

Que a ideia de realizar e produzir este livro tenha sido meramente concebida já é fato bastante revelador. Reflete o rápido crescimento de um novo campo de estudo cujas raízes se encontram em diversas disciplinas das ciências sociais, mas cuja origem reflete uma das questões mais urgentes da atualidade, qual seja, a crise resultante do aumento das taxas de violência e criminalidade, bem como a incapacidade dos sistemas judiciário e de segurança pública em lidar com a situação de forma adequada e com respeito à pessoa humana. Este livro constitui uma radiografia arqueológica desse novo campo. Explora, com cada entrevistado, a origem de seu interesse no assunto, as raízes intelectuais que influenciaram e informaram esse interesse, assim como a trajetória que levou cada um desses estudiosos pioneiros a contribuir e influenciar esse campo.

Outro marco a ser destacado é que o livro constitui uma coprodução do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e da ANPOCS, o que demonstra a aceitação, no universo acadêmico, das questões da violência, criminologia, segurança pública e justiça (ou a falta dela) como áreas de estudo legítimas. A relutância – justificável – dos acadêmicos em embarcar em estudos nessas áreas, ou em formar parcerias com as polícias para fins de estudo ou formação, foi-se gradualmente corroendo nos últimos 20 anos, graças ao papel desbravador dos estudiosos entrevistados neste livro, os quais reconheceram a necessidade de as ciências sociais abordarem essas questões com rigor.
- Trecho do prefácio por Elizabeth Leeds

Página 82 de 90